CAPÍTULO III: Pra entender a emoção de estar no Morumbi...

Depois de pouquíssimas horas de sono, imagine uma turma de amigos:

Alguns chegando de viagem;

Outros sem dormir;

Alguns com dor de barriga;

Outros tendo que trabalhar bem cedo para conseguir sair mais cedo do trabalho.

A verdade é que após o maravilhoso jantar que tivemos não tinha como se concentrar numa vida normal pela manhã.

Eu, por exemplo, acordei 5H15. Tempo para tomar banho, dar um jeito na cabeleira, arrumar a mochilinha para o show e sair de casa às 6H30. Agora pense. Cheguei em casa já era de madrugada, tive um mega “revertério” que pode ser conseqüência da comida apimentada ou simplesmente um desabafo estomacal...  (Não, não vou entrar em detalhes, é muita humilhação).

Fui dormir depois das 3H. 

Como você acha que acorda um fã, após esperar anos e anos por um show? Cansado!

Eu estava um verdadeiro trapo e um tanto anestesiada. Faltava tão pouco!

A preparação toda começou ao meio dia. É claro que o tempo demorou a passar, mas tentei ao máximo me concentrar no trabalho para que meio dia chegasse mais rápido.

A Monalisa foi me encontrar, e saímos do meu trabalho para almoçar. Até ai seria um programa tranqüilo, mas as palavras da Mona explicam. “Na quarta, almoçando com a Faby já tínhamos sinais profundos de surto: eu brincando com a comida no prato e ela comendo sem ver. Quando chegamos ao Morumbi voltei a ser a fã de anos atrás, lembrei de 93 que não pude ir porque meu pai não deixou e de 95 que madruguei na fila”.

Volta um pouco a fita...

Monalisa como sempre, muito educada e discreta... Saibam que ela bem que poderia ter usado a expressão: “Enquanto a Faby comia feito um leão, um porco”, sim, eu simplesmente devorava a comida. E depois do almoço tivemos momentos de aventura. A programação era: ir ao caixa eletrônico, comprar uma bolsinha menor para levar ao show e ir direto para o Morumbi. Nossa programação virou um verdadeiro caos, porque não conseguimos encontrar nenhuma “mochilinha quebra galho”. Tudo caro e enorme. Só se eu comprasse algo infantil, tipo do Ben 10. Sabe? Subimos a Brigadeiro Luis Antonio até a Paulista e nada. Fomos ao Extra Supermacado e todos os caixas eletrônicos sem funcionamento. Já havia passado mais de 40 minutos e nada feito.

Descemos a brigadeiro na correria total e começamos a andar pelo centro. Finalmente fomos ao caixa e depois de procurar por lojas e lojas, achamos a tal mochilinha.

Agora era o momento de encontrar com a Bianca e de lá seguir para o Morumbi. Tava tudo maravilhoso até a gente se deparar com o mega trânsito na nove de julho

Trânsito

Mas que saco! Chegaríamos super tarde.

Vimos os carros da tropa de choque da polícia militar e tínhamos certeza que eles estavam indo ao Morumbi... Pensamos em segui-los, mas acho que não daria muito certo, então, fomos pelo método tradicional mesmo: a passos de tartaruga, virando pururuca no sol.

Pior que isso somente a fila na Giovanni Gronchi, que era enorme, e conseguir um estacionamento era quase um parto.

A melhor oferta que encontramos próximo ao Morumbi foi um estacionamento pela “bagatela” de R$80,00. Some ao valor do ingresso e você terá seu bolso completamente assaltado.

Agora era de encontrar com os amigos, buscar a nossa entrada para a PISTA VIP e enfim, aguardar pelo momento.

Taty, Monalisa, Bianca, KK, Faby, Lica, Carlito

Confesso que a entrada já foi pra lá de emocionante. Enquanto andávamos pela fila, encontramos com diversos amigos. Alguns não víamos há anos, mas são pessoas muito queridas e que fazem parte de uma época que não volta, mas que deixou marcas inesquecíveis.

Época em que éramos adolescentes, com hormônios que só tinham tempo para o hard rock, e semanalmente nos encontrávamos num tipo de Open House que reunia fãs de todos os lugares. Anualmente havia uma festa muito maior, que reunia fãs do Brasil todo. Era realmente um momento esperado o ano todo, preparado meses antes e com muito carinho. A festa do LIS (Fã Clube Living In Sin By Bon Jovi) cresceu tanto que teve até uma cobertura da MTV.

A coisa era bem séria para nós, e por isso, foi tão emocionante reencontrar tantos amigos que aparecem – inclusive – nesta filmagem. Alguns deles atualmente moram fora do Brasil, outros tiveram rumos que não sabemos, mas a maioria do grupo estava lá!

Todos nós crescemos, amadurecemos, mas acho imprescindível não sentir vergonha do passado. Foi cada momento vivido que fez nosso grupo se manter até hoje. Somos adultos, somos amigos, somos profissionais, alguns são pais, chefes de família, mas essa banda trouxe algo que não vamos esquecer jamais: A trilha sonora de nossas vidas! 

Entrada do Morumbi

Eu já não ligo para quem critica. Eu não devo nada para ninguém. Estar no Morumbi, estádio do meu time do coração, e reencontrar cada amigo, era me sentir eu mesma, liberta de qualquer preconceito ou julgamento alheio. Eu estava muito feliz!

Quem conta um desses reencontros é a Vanessa, codinome “Biba”. ”Eu e o Dinho chegamos ao Morumbi umas 17h, logo que abriram os portões e logo encontramos a Faby, KK, Mona, Bia e Taty na fila. E já começou a banzaria. (...) Decidimos ficar do outro lado do palco, onde não tinha o círculo, em frente ao Bob Bandiera, pois seria mais fácil chegar na grade. Depois encontramos Pixoxó, Bel e Lica por lá, mas eles não quiseram ficar no vuco vuco da frente, na pista. A Glau chegou com o Rogério e a banzaiada ficou esperando o show começar”. Vale explicar: Banzos é o nome do nosso grupo. A historia é longa. Um dia desses contamos!

Simone (Gery), Carlito (Pixoxó), Alexandra (Chicken), Bel, KK, Glauce, Rogério, Monalisa, Dinho

Foram algumas horas de espera, mas estávamos tão contentes relembrando bons momentos ou momentos de mico total, que a hora passou rápido.

Foram umas quatro horas de espera, com um show do Fresno no meio. Sinceramente tenho a dizer que apesar do Luca ter um bom timbre de voz, ele ainda precisa crescer muito como vocalista, mas a banda no geral e a postura dele como frontman foi realmente muito boa. Fizeram um som pesado, a banda num visual rock mais clássico, e com guitarras mais cruas, fortes. O público brasileiro é que infelizmente deixa a desejar no quesito educação, mas no geral, até que receberam bem a banda.

Como é bom reencontrar os amigos!

Faltava muito pouco para o momento chegar. E ele chegou.

As luzes se apagaram, o coração acelerou, o choro veio à garganta, o público gritou tanto que era impossível não entrar no clima. Mais de 60 mil pessoas, numa única tensão... A abertura do show, que é para deixar qualquer um arrepiado. Veja ou simplesmente reviva:  

Aliás, vocês repararam que a abertura dá a impressão de que a qualquer momento a Samara de “O Chamado” vai sair da tela? 


Leia o primeiro capítulo: 
http://www.fabianacardoso.com.br/2010/10/diario-de-bordo-bon-jovi-uma-rapida.html
Leia o segundo capítulo: 
http://www.fabianacardoso.com.br/2010/10/banda-chegou-em-sao-paulo-na-terca.html