Viajar pela Europa nunca esteve entre meus planos, mas depois da empolgação de estar nos shows do Bon Jovi no Brasil, eu queria mais.
O Backstage With Jon Bon Jovi faz pacotes exclusivos, as chamadas “TRIP” e lá fomos nós, quatro amigas malucas, em busca de aventuras na Europa.
Um show em Londres e a nossa TRIP de Dublin com dois shows inclusos.
22/06 e 23/06 – De São Paulo a Porto Alegre. De Porto Alegre a Lisboa. De Lisboa a Londres.
Essa foi minha maratona que começou às 05 da manhã. Fui de São Paulo para Porto Alegre de onde sairia nosso voo pela TAP. Encontrei com a Leila e sua família por volta das 18H30 e ali começaria nossa aventura.
Para conter a ansiedade e o medo de ser barrada na alfândega só mesmo ver uns filminhos no avião. E não é que no meio do filme “Amor Entre Outras Drogas”, alguém cita o nome Heather Locklear. Quando eu já estava esquecendo o motivo da viagem, a citação do nome só poderia ser um sinal de não dava pra disfarçar do óbvio.
Hora passa, passa e finalmente chegamos a Portugal. E alguém me responde: Que tamanho de aeroporto é esse? Levamos cerca de 20 minutos para sair na área de desembarque.
Fomos seguindo as placas “Transferências” e quando finalmente chegamos no desembarque, a funcionária nos avisa: Não precisava vir até aqui, pode ir direito ao portão 42 que a conexão para Londres é feita diretamente.
Oi? Sim, lá fomos nós. Mais 15 minutos voltando.
Coisas que só a querida Portugal nos oferece.
Eu já estava completando 16 horas no ar. Sinceramente, como os comissários e pilotos agüentam? Algumas horinhas a mais de voo regado a muito "chafé" e estávamos em Londres. Ai que emoção.
Nossos vôos tiveram um pouco de atraso, então, chegamos por volta de 18H no aeroporto. A fila da Alfândega estava enorme, porque além do nosso avião, chegou uma excursão enorme de Chineses. Acho que tivemos sorte, porque no final das contas, era tanta gente que os funcionários queriam se ver livres de todo mundo. Nossa entrevista não durou nem 5 minutos. A parte engraçada é que na hora de responder sobre “Quais lugares vocês vão visitar em Londres”, nos deu um rápido branco e eu pensava: Meu Deus, onde é que vamos mesmo? Até que saiu um “London Eye”.
Passamos pela Alfândega, e ai Leila e eu respiramos aliviadas. Agora sim poderíamos pensar em nossa aventura.
Pegamos nossas malas, tivemos tentativas frustradas de usar o telefone público, e fomos de Tube, pela Piccadilly Line até nosso hotel.
Ponto forte:
- Compramos um Oyster Card (algo como bilhete único), por 37 Libras , com uso ilimitado para 7 dias. Andamos de metro mil vezes, andamos de ônibus e não precisamos carregar nenhuma vez o nosso cartão.
Ponto fraco:
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| Foto by Leticia Suzuki |
Claro, que como boa lei de Murphy, ao chegarmos no hotel escolheram a dedo o nosso quarto. E eu tinha certeza que não estava entendendo exatamente nada do que o recepcionista falava, afinal, porque eu teria que pegar um elevador até o segundo andar, depois atravessar um corredor e pegar um elevador até o quinto andar. Eu não podia simplesmente pegar meu elevador até o quinta andar? Não! Claro, que não. Nós estávamos hospedadas numa espécie de Faixa de Gaza do hotel e só depois de seguir as instruções é que você entende. A foto explica melhor do que eu:
O que eu posso dizer, é que o hotel é mega simples, algo como um Formule 1, nas suas devidas proporções, mas com um atendimento excelente e com um clima super gostoso. E não é que eles levam a sério o lema do hotel? Um noite bem dormida ou seu dinheiro de volta. Eu sigo a teoria de que eles colocavam sonífero no ar condicionado, porque praticamente entravamos em coma toda noite! Era ótimo!
24/06 – Day Off em Londres
Às 15H já estava combinado que nós iríamos encontrar com a Sylvia na Piazza de Convent Garden e eu sinceramente não tinha idéia de como eu iria gostar daquele lugar.
Tanto é que fiz questão de visitar o local duas vezes. E por mim, teria ido mais algumas, mas a agenda era curta de mais.
É um lugar lindo, com shows de mágica, ilusionismo, ao vivo, espalhados pela praça. Percebe-se inclusive que é tudo muito organizado. Cada um tem seu horário, seu espaço, e todo mundo que passa pela praça respeita muita as atrações de lá.
Você pode almoçar, tomar um drink nas tendas abertas espalhadas pela praça, ou pode simplesmente fazer compras nas lojas no Market de Convent Garden. Na redondeza existem vários teatros.
Encontramos com a Syl e fomos ao mercado preparar a nossa merenda para o dia seguinte, isso mesmo, lanchinhos pra gente aguentar a missão do Hard Rock Calling. E fica aqui a dica. Quer assistir show na Europa? Se organize e você não terá nenhuma dor de cabeça!
Depois de uma caminhada por Convent fomos encontrar o Gaúcho, amigo brasileiro da Syl e que mora em Londres já tem um tempão. Ele nos levou num pub submundo muito legal, com cara daquele programa “Ghost Hunters” do SyFy Channnel!
Eu estava morrendo de dor de cabeça, mas nada que dois ENGOV para melhorar.
Depois disso, mesmo com muito frio e chuva, fomos até outro pub onde tomamos e bebemos mais um pouco e de lá seguimos por um passeio pelas ruas de Londres. Infelizmente, o jantar em Londres é servido muito cedo, e quando demos por nós, já estava tudo fechado, a não ser Junkie Food! E lá fomos nós para o Mc Donalds. E uma coisa precisa ser dita: Eu não sei quanto ao restante do Brasil, mas a impressão que tive é que o fast food de Sampa tem uma aparência muito mais limpa e organizada.
Já era quase meia noite. Hora de voltar para o hotel e preparar a mochila para o grande dia. Hard Rock Calling 2011, at Hyde Park, With Bon Jovi!
25/06 – Hard Rock Calling
O Hard Rock Calling é um festival pelo Hard Rock Café e que este ano estava comemorando 40 anos de existência.
O Festival durou três dias e estava dividido da seguinte forma e tinha como atração principal do primeiro dia, a banda The Killers. Já no segundo dia, era o Bon Jovi e no terceiro a noite se encerrou com Rod Stewart.
É um festival grande e por isso ele acontece no Hyde Park, que é enorme, e mesmo assim, o festival não ocupa nem metade dele.
A gente só conseguia pensar: finalmente chegou o grande dia. E ele começou bem cedo.
Nós havíamos recebido um comunicado avisando que a entrega dos ingressos seria feita a partir das 08H. Então, nos preparamos para chegar ao local do show pelo menos meia hora antes e assim fizemos.
Chegamos ao Hyde Park, às 07H20 e já havia uma pequena fila de fãs em frente ao portão destinado ao Fãs de Bon Jovi.
Procuramos pela Rebecca, responsável pela fila e foi quando ficamos sabemos que ela não estava lá. Enfim, nos apresentamos para as coordenadoras da fila, que marcaram nossos números de chegada em nossas mãos – respectivamente 108, 109 e 110 e ficamos aguardando as próximas instruções.
O pânico daquele dia era que a Letícia ainda estava vindo de Manchester e portanto, eu teria que esperar a chegada dela para retirada do meu ingresso, já que compramos juntas e compra estava em nome dela.
Entre muita ansiedade e frio, a Letícia chegou e fomos pegar nossos tickets. Ela conseguiu um bom número, mas como tinha vindo direto do aeroporto, teve que ir ao hotel para deixar suas malas. Enquanto isso, ficamos aguardando na fila, ansiosas para pelo momento da entrada.
Entrada Confusa
Sinceramente eu estava me sentindo numa espécie de estábulo, já que estávamos organizadas em fileiras e com grades que nos separavam em 5 filas. O que me deixava tranqüila, porém, é que mesmo com a entrada em desordem, pela experiência dos eventos organizados pelo BWJBJ e que minhas amigas já tinha participado, eu sabia que meu número de entrada seria respeito. Ahã! E não é que bem naquela dia a Lei de Murphy resolveu me acompanhar?
Ficamos mais de uma hora aguardando a entrada, quando não mais que de repente a organização do evento liberou as quatros fileiras ao nosso lado. Ficamos totalmente sem entender e começamos a perguntar o motivo da entrada em desordem. Foi quando uma segurança do local nos disse para ficarmos tranqüilas que os números seriam reorganizados lá dentro.
Hum, algo estava bem estranho pra mim, mas continuei acreditando já que eu conseguir enxergar as garotas que estavam organizando a fila e elas aparentemente tinha retido os fãs na entrada do festival.
Mais alguns minutos de espera e formou-se mais uma fila ao nosso lado. Para nossa surpresa, não é que NOVAMENTE liberam a fila e nos deixam cercados? Ai não, corremos para a fila lateral e entramos. Até agora eu não consigo entender porque estavam retendo nossa fila. Se duvidar, estaríamos lá até hoje.
Por fim, quando chegamos na entrada do local. Cadê as organizadoras? Cadê os demais sócios do BWJBJ? Sim, todos já tinham entrado, fora de ordem e numa desorganização completa!
Que fique registrado, que chegamos lá às 07H20 da manhã e quando chegamos na frente do palco, o máximo que conseguimos foi a segunda fileira na lateral direita. Mas o pior era ver gente com números marcados nas mãos, acima dos 300, e lá, na front row!
Revoltada com isso, já que o BWJBJ nos deixou na mão, eu só conseguia pensar que ao menos eu teria que tentar me divertir muito, sem pensar que dali eu não conseguir ver praticamente nada do Richie Sambora.
Enfim, depois de procurar outros lugares, acabamos nos assentando por ali mesmo e torcendo para que conseguíssemos realmente curtir o show.
Infraestrutura
Fiquei muito chocada com algumas coisas que vi por lá.
Ao adentrar o parque, para minha surpresa, a organização do evento e mesmo a administração do Hyde Park não tiveram a menor preocupação em preservar a grama do local. Não tinha tablado ou qualquer outro material que pudesse auxiliar. Como na manhã do show e na noite anterior tinha chovido, o que poderia se esperar da pista montada em frente ao palco? LAMA!
Era nojento e com um odor avinagrado insuportável. Eu, que estava com uma bota sem proteções na sola, tive que andar o tempo todo agarrada nas meninas para não derrapar na lama.
A Leila, resolveu fazer um estilo “Leila on Ice” ou melhor “Leila on Mud” e fez esse estiloso modo de locomoção.
Tínhamos horas pela frente, e por sorte a Letícia havia comprado uns sacos plásticos que segundo o vendedor do mercado, era capaz de segurar até tijolo! Foi o que nos salvou. Ali montamos nossa “Mud House”, porque não daria pra aguentar em pé até a hora do show. Era apenas 13H e ainda tínhamos o dia todo pela frente.
Eu estava preocupada com a questão sanitária, já que como qualquer pessoa normal morro de nojo dos banheiros químicos. E logo me dei conta de que era melhor ir logo na chegada e depois tratar de segurar a vontade. Fui, e fiquei espantada com a limpeza. Até ai tudo bem, as pessoas ainda estavam chegando. Algumas horas depois, o calor começou a aparecer e finalmente o verão de Londres dava sinal de vida. E como queimou. A parte boa é que ao menos foi secando aquele lamaçal e melhorou muito o odor do lugar.
Era hora de hidratar, mas e o medo de enfrentar o banheiro? Só que não tinha jeito e algumas horas depois lá estava na fila do banheiro novamente. Mas... algo me chamou a atenção.
- Primeiro, havia uma pessoa para coordenar a fila do banheiro químico, e claro, todos cumpriam prontamente.
- Segundo, uma funcionária ficava fiscalizando a saída e entradas das cabines, para colher lixo e trocar o papel higiênico. Isso mesmo!
Pasmem como eu: Quando chegou na minha vez, a cabine estava completamente limpa, seca, com papel higiênico e sem odor.
Eu juro que fiquei transtornada com aquilo, afinal, depois do descaso com a grama do local e vendo que as pessoas sentam numa boa naquele lamaçal, eu nunca poderia imaginar que eles tinham a preocupação de manter a higiene daquela forma. Parabéns Londres!
Só que, não foi só isso que chamou minha atenção e sim pela cena inusitada que apelidamos carinhosamente de “Pintos ao Léu”, isso mesmo! Fizeram uma espécie de mictório a céu aberto e vou te dizer é uma um quanto... DIFERENTE!
Será que isso funciona por aqui?
Fica a dica para enfrentar um festival a céu aberto em Londres.
Festival na Europa, em parques? Leve seu Kit sobrevivência com:
- Filtro Solar. O Sol não parece ser tão forte, mas é e quando você menos espera está vermelho como um camarão.
- Boné, enfrentar o sol só mesmo com um boné.
- Água, muita água para hidratar.
- Lanche, caso não queira sair do seu lugar e confiar na culinária local, então, faça seu kit com lanche, água, um doce, uma fruta... enfim, algo que alimente e faça bem.
- Roupas confortáveis e um casaco, pois em Londres, me senti em São Paulo. O tempo tem mudanças e você pode ser pego de surpresa.
- Prepare-se para comer algum fast food, porque se o festival terminar após as 21H, você não terá outra opção.
E finalmente, o festival começou!
No próximo post!




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